
Chegou-me este pedido de divulgação.
Algo onde se podia arranjar um dueto desporto/gastronomia!
2ª Edição de uma volta que certamente conquistará relevância no calendário ciclista de muitos atletas amadores que, ainda assim, preparam a época tendo como alvo este tipo de eventos.
Boa moldura humana que superou ligeiramente as 30 unidades. Da parte do ciclismo 2640 comparecemos eu, o Nuno Mano, o Xico, o Dario, o Sérgio e os "Ginjas" Joaquim e Jorge.
Desde logo de salientar a calma com que se fez a preparação da partida. Tudo muito bem disposto sem grandes stress, fazendo as últimas verificações/afinações.
Pouco depois da hora marcada, um pelotão relaxado fez-se à estrada. Ritmo de aquecimento que logo à passagem pelo Tortozendo deu para verificar que o percurso seria pouco rolante.
Na frente eu e o Renato Hernandez em amena cavaqueira a definir o passo que ainda assim não era do agrado de todos. Protestava-se acerca dos ímpetos iniciais e da necessidade de uma toada mais consentânea com a dura jornada.
Pouco depois um furo e quase de seguida foi a vez do Dario dar também continuidade à sua longa série de problemas com as Zipp de boião. Todos esperaram e no segundo incidente valeu a assistência do Jorge de Alverca que sempre solicito emprestou uma roda ao nosso parceiro.
De volta à estrada na passagem pelo Paul o Renato não deixou adormecer o grupo. Na Erada atravessou-se com calma e à saída disparam as hostilidades.
Saída no vermelho para a maioria no grupo da frente. Ainda tentei serenar os que me estavam mais próximos mas apenas o Nuno Mano ficou comigo.
Ligeiramente descaídos para os primeiros entrámos bem na longa subida. Vem connosco o "Mata a Velha", apanhamos o Capela e de trás para a frente juntam-se-nos também o grupo do Jorge de Alverca, Pedro Kuota, Ricardo e mais dois atletas que não consigo identificar.
Quem não conseguiu entrar ficou irremediavelmente atrasado visto que pouco depois começou a haver colaboração e o ritmo foi muito bom. Ganhávamos terreno à frente e poderíamos ter colado se as vontades fossem maiores e mais equitativas. A bem da verdade diga-se também que isso era irrelevante visto que desde que houvesse entreajuda não era necessário mais nada para se andar bem.
No topo virou-se à direita e na descida aproveitei a minha inércia para imprimir bom ritmo na frente. No final desta estávamos muito próximos e entrámos muito bem na subida do Alvoco da Serra. Saliente-se o trabalho do Capela que arranjou um ritmo muito racional, com um compromisso entre performance e desgaste muito bom. Poucos passaram pela frente e na fonte informo os companheiros de grupo de que iria parar. Fica comigo o Nuno e o "Mata a Velha". No reatamento e com o ímpeto de não perder muito tempo para o nosso grupo, que manteve andamento, acabámos por não esperar muito pelo homem do Jersey da Lampre que se atrasou. (As minhas desculpas por isso).
A paragem fez-me mal e o reatamento foi-me penoso quando o Nuno carregou em ritmo de intercepção. Simplesmente custou-me imenso andar com o pulso alto.
Até ao final da subida adicionaram-se algumas unidades que descaíram do grupo do Renato. Nova descida e disparámos em direcção a Seia onde se chegou com média superior a 30 km/h. Na saída as duras rampas não tardaram a fazer a separação das águas e o primeiro a ceder fui eu. A temperatura já mais elevada e a incapacidade em respirar fundo por queda na semana anterior impediram-me de encontrar ritmo confortável para a longa e dura subida.
Valeu-me a esposa do Jorge que me cedeu água (No total necessitei de 7 cantis) para aliviar o sofrimento. O Nuno, fiel escudeiro, não me queria deixar a só mas finalmente percebeu que não havia roda que me aliviasse o penar. Com guia de marcha assinada desapareceu rapidamente da minha vista.
Quem também não entro bem na subida foi o Xico. Apanhei-o antes do Sabugueiro à procura de ritmo. Mesmo desconfortável fui tendo sempre algumas referências na frente para ir apanhando. As diferenças demoravam uma eternidade a serem vencidas. Nisto passa por mim um foguete de nome "Mata a Velha". Literalmente a voar serra a cima com uma velocidade e cadência fabulosas. Não tivesse caído à entrada de Seia e era menino para causar uma enorme surpresa!
A Serra ia reclamando as suas vítimas e todos os excessos tiveram um alto preço. Para mim as boas notícias chegaram na zona da Lagoa. Céu nublado e temperatura a baixar alguns graus permitiram-me rapidamente arranjar ritmo digno. Da noite para o dia passei a conseguir ter andamento certo e com isto acabei por fazer uma parte final mais composta.
À chegada o Nuno com uma cola para ajudar a recompor energias. Breve troca de impressões com os presentes e descida algo atribulada para a Covilhã. O Nuno furou e um homem dos Duros do Pedal quase que foi ao "tapete" quando a roda traseira em carbono partiu!
Destaque para o Renato Hernandez, o homem que todos marcaram e ninguém conseguiu superar no final.
Dos nossos o Dario fez uma excelente subida em 39x23. O Nuno chegou pouco depois. O Sérgio esteve em dia não e sofreu imenso.
Enormes e provavelmente os mais felizes de todos os participantes o duo Jorge Ginja e Joaquim que nunca tinham sequer feito a Serra de Montejunto e fizeram todo o percurso. A eles o louvor pela superação!
Nota final: Agradeço a todos os que me felicitaram pelo trajecto. A Serra da Estrela é fabulosa!
Hora de saída: 08h30m no Gradil (08h00m na Paz)
Percurso a ser definido pelos presentes