segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Rescaldo da volta de 24/01/2010

Ao ver nascer o dia constatei logo que a volta teria poucos participantes. Pouco depois uma mensagem anunciava a desistência do Sérgio... O Aldeano fez trabalho específico de recuperação passiva e ficou no quentinho.
Quando comecei a subir o Gradil apareceu o Dario em sentido contrário
e assim que nos cumprimentámos disse logo que vinha com vontade de andar! Eu, de impermeável vestido, ainda estava em estado letárgico pelo que me limitei a abanar a cabeça de modo afirmativo. Até ao Gradil deu para pôr o sangue em movimento.
Da Malveira apareceram notícias de outro retardatário que ia sair quando a chuva levantasse e do Carvalhal mais uma desistência. Ainda pensei que do sobral da Abelheira pudesse comparecer alguém mas a chuvinha batida a vento tem um efeito dissuasor assaz.
Cerca das 08h45 arrancámos do cruzamento do Gradil com a Nacional. O Dario a "distribuir" passo, suficientemente vivo para não permitir longas conversas. Até ao Turcifal comecei a pensar que o homem tinha perdido o comboio e depois do cruzamento para a Ventosa fiquei mesmo convencido de tal pelo que comecei a ser mais pró-activo procurando que não houvessem mais atrasos.
Quando já estávamos na Ribeira de Pedrulhos liga o Vasa, que eventualmente tinha ficado de se encontrar connosco nesta zona, a dizer que estava a chegar ao Carvalhal!? Decidimos continuar ficando o ponto de reunião estabelecido na zona do Bombarral.
Na zona da Santa Cruz o vento que até então era incomodativo ficou absolutamente arrasador, sendo necessário esforços elevadíssimos para manter um andamento condigno. Começamos a fazer turnos mais curtos, revezando-nos amiúde, de modo a minimizar a sobrecarga. Andar a 23 km/h exigia-me cerca de 185 bpm e deixou o Dario na dúvida do seu estado físico confrontando regularmente o meu nível cardíaco para ter um termo de comparação.
Até à praia de Santa Rita não houve tréguas do elemento natural e depois disso começou o terreno a inclinar. 1º Topo com pendente de 16% deixou-me desconfiado do percurso que eu escolhi (Tenho que arranjar a função de altimetria para o mapa), pouco depois um outro bem mais comprido ainda que mais suave. O Dario que conhecia o percurso ia-me avisando da dureza do percurso pelo que meti o meu passo trancado às 185 bpm enquanto ele aproveitava para fazer a súbida ao seu ritmo, abrandando junto ao final dos topos de modo a eu recolar e sairmos logo em andamento forte.
Na Lourinhã somos recebidos por uma apreciada salva de foguetes. Estranhamente ninguém à nossa espera pelo que não podemos agradecer tal acto...

Quando virámos em direcção ao Bombarral o terreno apresentava uma ligeira pendente que o transformava num falso plano que aproveitámos para fazer sempre acima dos 30 km/h com cadência elevada e com andamento lado a lado em vez de se aproveitar o efeito aerodinâmico. Estabelecemos que até ao ponto de reunião não se poupariam esforços e que depois disso se faria ritmo de contenção de despesas...
Alguns topos mais agrestes pelo meio que me castigaram sempre mais do que ao Dario e na aproximação final ao Bombarral uns km acima dos 50 km/h para "acamar os músculos".
Pausa para café e a constatação de que o trio Rocha, Vasa e Xico estavam atrasados... 30 minutos de espera e arrefecimento que, tal como na semana passada, me deixaram incomodado visto que arrancar a tremer é no mínimo molesto e desaconselhável.

Aparece o Rocha com a sua nova bike, com aquele sorriso infantil de quem tem um brinquedo novo, e mais uma pausa para apreciar as curvas da bicha...
(O artista não só não pagou um café como ainda teve a habilidade de o cravar ao Dario)

Finalmente de novo a pedalar. O Rocha sofrendo de insolação provocada pelo brilho do quadro, novinho em folha, meteu um passo como nunca o tinha visto meter... Só por isso já valeu a pena teres comprado a bicicleta!
Andamento que pouco depois fez estragos tendo o Vasa e o Xico abandonado a formação e momentos depois, numa ligeira quebra do Rocha, o Dario, autoritariamente, reforçou andamento comigo a cerrar os dentes para não lhes abandonar o cone de ar. Na chegada à rotunda do Outeiro da Cabeça aproveitei para respirar enquanto esperávamos os retardatários. Depois disto andamento algo sereno durante uns minutos até que o Rocha faz nova aceleração. Desta vez estava confortável pelo que o segui e aproveitei para passar e meter um pouco mais de andamento no final da descida.
Estávamos a chegar ao Ameal e eis que qual Fénix renascida das cinzas surge o Vasa a lançar um ataque, virando a cara em tom desafiador, ao qual respondemos dentro das nossas possibilidades. O Dario saltou e conseguir dar-lhe caça, aproximou-se, recuperou o fôlego e foi-se embora. Eu segui na roda do Rocha, quando este abrandou ainda o passei mas este não ajudou mais, aproveitando ainda as minhas debilidades já latentes para carimbar na parte final... tivesse ele ajudado e tinhamos conseguido superar o audaz aventureiro.
Até Torres 2 andamentos distintos. Um trio em ritmo de passeio e um duo em ritmo de turismo de terceira idade.
Despedidas efectuadas continuámos (o trio) em conversa até ao Turcifal onde o Dario rumou a casa após ceder o que lhe restava de àgua ao Rocha. Este ainda tinha sangue na guelra pelo que me acompanhou na súbida do Gradil sempre forçando o andamento numa altura em que o cansaço já me ameaçava com vigor.
Até Mafra completei os 127 km e larguei o Rocha de sorriso rasgado (esteve bem o rapaz no regresso).
Na próxima semana já sabem quem paga o café...

13 comentários:

  1. Oi pessoal, em especial o caríssimo autor deste blog. De qualquer modo, este comentário não é ele dirigido, mas ao camarada Aldeano que gentilmente acedeu ao meu pedido sobre os registos da subida à Torre, em Setembro passado.
    Pretendia com isso obter uma comparação mais evidente entre os seus tempos de passagem nalguns pontos-chave da subida (da Covilhã) e os que eu realizei nessa ocasião, esclarecendo sobre a diferença, que considero abissal, de desempenhos – o meu e o dele (semelhante, na prática, ao do André, que o acompanhou na subida).
    De acordo com os dados revelados, a diferença no tempo final, desde o início da subida (a partir do cruzamento de entrada na cidade) foi de 10m35s; e do início da subida propriamente dito (largo da Câmara Municipal) foi mais de 7 minutos. Abissal, mesmo numa subida propiciadora de grandes diferenças – como se verificou entre os restantes!
    Mas vamos aos números: logo nos primeiros 4 km, até à Câmara Municipal, os dois «voadores» abriram uma vantagem superior a 3 minutos. Ou seja, quase metade da que se verificou a partir desse local até à Torre. Mas a diferença foi quase sempre a aumentar. Senão vejamos:
    até ao Parque de Campismo, mais 2 minutos – elevando para 5 minutos; até Santa Maria (creio que é o final das inclinações do Sanatório) outros 2 minutos (num total de 7).
    Curiosamente, no planalto das Penhas e até à localidade, onde eu tive uma quebra indiscutível (foi aí que o Guedes recuperou cerca de 30 segundos, ultrapassou-me e rapidamente ganhou outros 30 segundos) recuperei um minuto (para 6). O duo deve ter relaxado, mas o Aldeano poderá dizê-lo.
    Das Penhas à Nave de Sto. António (em que voltei a ganhar ritmo, aproximando-me do Guedes), perdi... 2 minutos (8)! E mais um até ao túnel (9), quando estava no melhor rendimento de toda a subida, já tendo deixado o Guedes definitivamente para trás. Ainda outro minuto (10) até ao cruzamento para Seia. E até à Torre, mais 30 segundos.
    Volto a dizer, a diferença foi abissal. Tudo isto, num dia em que, apesar de vir de «overtrainning» ocorrido a meio do ano (Junho) e por isso não ter treinado especificamente, a verdade é que bati o meu melhor tempo da subida (1h15, fazendo menos 5 minutos) – mas que, no fundo, era esperado por já sido à 4 ou 5 anos e desde aí ter evoluído indiscutivelmente. Considero que, apesar dos condicionalismos, a prestação do Aldeano (e do André) foi (e será) para mim... inalcançável. Mas tenho esperança de já este ano conseguir atenuar a diferença.

    Abraço a todos e bons treinos

    Ricardo

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  2. Boas Ricardo,

    Domingo estava a pensar em fazer a volta com vocês,se não estou em erro é a de Pontével-Aveiras-Sacavem correto!?
    Isto porque o Manso não aguenta olhar para a bike,diz que lhe faz vir as lágrimas aos olhos eheheh.

    Abraços
    Rocha

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  3. Epá, digam-me lá:
    -Como é que o Ricardo consegue fazer estas contabilizações de tempos...???

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  4. Boas Vasa,

    A contabilização de tempos é feita desta forma porque o Aldeano tem um Garmin XPTO com GPS que lhe permite medições ao segundo, com a capacidade de as indexar a um percurso, etc.
    Ou seja tem o registo contínuo de várias variáveis, desde corporais até às geográficas e com um programa tem a possibilidade de as interpretar e conjugar de diversas formas.
    Quanto à interpretação do Ricardo esta pode ser feita porque o seu pulsómetro tem capacidades similares ou porque faz vários registos parciais. (De km a km ou de x em x minutos embora a fiabilidade dos dados não seja tão grande)
    Independentemente disso os tempos do Aldeano são de outra galáxia e são, justamente, referência.

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  5. Ricardo,
    Depreendo que continuas a apostar fortemente na preparação das etapas de montanha que sei serem as tuas favoritas. Quando é que pensas deslocar-te à serra para a escalada?
    Por curiosidade, qual o periodo de tempo que dedicas a esta preparação específica?

    Quando é que podemos contar com a tua presença numa volta nossa? (Nota: O melhor é vires com o tempo seco e ameno que aqui o pessoal tem aversão ao mau tempo!)

    Relativamente à vossa clássica de Santarém espero poder comparecer sendo certo que nesse fim-de-semana tenho de me deslocar à Guarda para tratar de assuntos pessoais inadiáveis. A correrem as coisas bem regresso no final do dia de sábado e consigo reunir-me ao pessoal para ir lá ajudar à festa
    Abraço

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  6. boas pessoal. pois e p manso depois de termos andado com aquele temporal fiquei escaldado! lol. domingo volta a guerra. abracos.sergio

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  7. Boas Ricardo,

    A ida há Serra convosco foi mais que tudo um convívio e não me preocupei muito com tempos, aliás tinha corrido no dia antes e não estaria certamente nas melhores condições, por isso foi ir por ali acima num ritmo forte e certo, mas sem maluquices.

    Antes da Volta a Portugal para masters conto ir á Serra da Estrela "estagiar" dois dias, quem quiser ir podemos combinar mais para a frente, mas aconselho fortemente a irem preparados com trabalho de casa feito aqui por perto, em Sintra ou Montejunto, para não ser tortura

    Manso,

    Para que sair ás 08h00 e levar com água em cima, se podemos sair uma hora depois e não nos molharmos, posso até efectuar menos Km mas não corro o risco de apanhar uma gripe e deitar por terra duas semanas de treino.
    Já falamos sobre o assunto, mas volto a lembrar, não interessa treinar em quantidade, mas sim com qualidade.
    Treinar sim e não é só dar carga, descansar bem, e uma boa alimentação incluído suplementos.
    Quem tem objectivos não pode ou não deve efectuar treinos suicidas.

    Abraços
    Aldeano

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  8. Boas, pessoal!

    Primeiro que tudo, o Rocha, porque há que respeitar... a ordem de chegada. Sim, a volta de domingo é que a referiste. Vou «pôr» o percurso esta tarde no blog. Aparece!

    Agora o Manso. Poderoso «Cancellara», penso ir à serra a partir de Abril ou logo que o bom tempo estabilize (principalmente, que não haja risco de chuva ou muito frio, devido às descidas). Quanto à preparação para a montanha, e reporto-me apenas à minha experiência pessoal e considerando as minhas características. E que tem vindo a registar resultados positivos, exceptuando no ano passado, em que fui vítima do fenómeno que pensava ser apenas da exclusividade de prós ou semi-prós, com elevados níveis de volume e carga de treino, por exemplo, no patamar do Aldeano e dos principais Masters: o «overtrainning».
    Posso dizer-te que se atinge um nível bastante satisfatório – ou seja, que dá para os gastos cá nas nossas lides –, com muito trabalho específico, de qualidade, como o Aldeano referiu. Só assim é que se consegue «passar de nível», se é que me faço entender. Mas, sublinho, é um método individual e meramente empírico (inspirado nos «manuais», pois não tenho treinador), e até prova em contrário, continuarei a confiar nos seus resultados.
    O trabalho começa desde já, durante a semana, quando não temos de ir atrás do ritmo de ninguém (nem que seja, para não ficar para trás...). O trabalho intervalado é fundamental: várias séries (4-5) de intervalos curtos (a começar nos 20 s numa primeira fase, até aos 3 a 4 minutos numa fase mais adiantada da temporada) ligeiramente acima do limiar anaeróbio, com recuperações de tempo igual.
    Mas também séries com menos repetições (1 ou 2) em regime aeróbio alto (cerca de 5 a 10 pulsações abaixo do limiar) mas durante mais tempo (até uma subida, por exemplo, de 20 a 30 minutos, como Montejunto). Ou 3 a 4 vezes, 10 a 15 minutos, como a Mata ou Ribas. Com menos tempo de recuperação, até metade do tempo da repetição.
    O primeiro trabalho faz-te elevar o limiar anaeróbio e o VO2 máx; ou seja, a tua «cilindrada». Terás capacidade de suportar intensidades maiores, embora por tempo limitado. Mas permite uma recuperação muito mais eficaz entre esforços.
    O segundo trabalho, dá-te a... duração. Duras mais a intensidade média-altas, como a que deverás ter em montanha ou a rolar a alta velocidade durante mais tempo – tendo em conta as tuas características, deixando os demais em dificuldades ou participando numa fuga ou numa perseguição, etc. As saídas de domingo, os eventos em que participamos ou, em último caso, as clássicas no estrangeiro devem ser a aplicação deste trabalho.
    Quanto a aparecer nas vossas voltas domingueiras, o prazer será todo meu! Creio que o Paulo Pais vai organizar uma «concentração», como ele diz, no fim-de-semana anterior à Clássica de Santarém (vocês não podem faltar a este!!). Se não nos reunirmos antes, será sem dúvida nesses dois fins-de-semana. E o convite é recíproco e extensível a todos os vossos camaradas de treino!
    Por último, não menos importante, um reparo à intervenção do Aldeano: Ok, João, foi convívio, por não deveria ser de outra maneira. Mas a malta dá o litro. No meu caso, dei. Para atingir o meu objectivo pessoal naquela deslocação. E depois relaxar e conviver. Se não deste o máximo, rendo-me ainda mais face ao teu desempenho. E ao do puto André, que teve a capacidade de te acompanhar...
    Teria muito gosto em acompanhar-te nesse estágio, lá para o início de Julho, não é? É a aprender (treinar) com os bons que se evolui. Mas não sei se estarei de férias ou não... que são de trabalho e da «bike». Há que mimar a família!

    Ricardo

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  9. Boas,

    Eventualmente até podemos coincidir na Serra da Estrela. Podemos tomar um café ou até conversar um pouco. Já o treino em conjunto é que não me parece boa ideia, a não ser que levem os sacos cama para esperarem por mim! Desde que seja num fim-de-semana, bem combinado, por mim à partida é exequível.
    Aproveito para aliciar eventuais interessados visto que é um momento único poder fazer uma (ou mais súbidas) com mais de 20 km com pendentes médias generosas. Curiosamente há aqui na zona oeste algumas súbidas curtas mas com pendentes bem mais acentuadas. O interessante da Serra da Estrela é, quanto a mim, o conjugar da distância com a pendente e conseguir acumulados elevados em espaços relativamente curtos.

    Aldeano, nem sequer argumento as tuas afirmações porque considero que tens razão. No meu caso o meu treino, no que ao ciclismo diz respeito, passa por conseguir fazer longas distâncias. Assim o interesse nesta fase é conseguir poder fazer as 5h00 no domingo para lá mais para a frente fazer umas etapas estilo maratona. (No ano passado fiz 200 km na Serra da Estrela, sozinho, e fiz 293km com mais 3 companheiros numa ida e regresso a Fátima)
    Há ainda a possibilidade, já conversada, de fazermos uns contra-relógios por equipas que me agrada particularmente.
    Não tenho nenhuma estratégia de treino nem disponho de conhecimentos na área para conseguir delinear um plano. Vou fazendo as coisas conforme o "feeling" do momento e tento conjugar com outros desportos que me dão gozo praticar...
    Álem disso tenho uma vida profissional e particular que não é compatível com horários e exigências de um treino de qualidade e sério. Também não sei até que ponto é que conseguiria ter o vosso rigor e espirito de sacrifício que me permitisse lutar por objectivos mais ambiciosos!
    Abraços

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  10. Pessoal, alguém tem alguma sugestão para a próxima volta?

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  11. boas companheiros! por mim a volta pode ser qualquer uma. mas podiamos pensar numa volta po lado de sintra pa variar um pouco! abracos.sergio

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  12. Continuo a não perceber como se consegue verificar os tempos dos outros...Manso ainda consigo perceber os tempos do Ricardo, agora quando ele sabe a diferença dos que vêm a x dos das frente...é para mim um enorme mistério, mas isso sou eu que talvez tenha cérebro de rato!

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